BARCELONA, 14 de set de 2004 às 13:19
O presidente da Associação de Médicos Cristãos da Catalunha, Josep Maria Simón, considerou que o filme ‘Mar adentro’, premiado na “Mostra de Cinema de Veneza”, é uma "apologia sentimental à eutanásia".
O polêmico filme do diretor espanhol Alejandro Amenábar, conseguiu o Leão de Prata-Grande Prêmio do Jurado do festival italiano, que neste ano outorgou também seu prêmio máximo ao filme abortista “Vera Drake”.
‘Mar Adentro’ narra a história de Ramón Sampedro, um tetraplégico que se suicidou com a ajuda de seus amigos em um dos dramas mais polêmicos da história recente espanhola.
Em declarações à Europa Press, Simón, que criticou a "pouca fidelidade" da história narrada em alguns aspectos da vida do Sampedro e considerou que o filme trata de "maneira burlesca" a figura de um sacerdote tetraplégico que se fez amigo do protagonista.
Além disso, Simón perguntou "se a eutanásia está proibida na Espanha e esta foi aplicada a Sampedro, por que ninguém foi condenado por isso" e a seu ver, "isto leva a pensar que podem acontecer coisas e a lei não atua".
Também considerou que lhe parece "suspeito" que o diretor de 'Mar Adentro', Alejandro Amenábar, tenha declarado recentemente sua condição homossexual. Segundo Simón, "trata-se de uma manobra propagandística do filme e todo o 'lobby rosa' que existe ao redor".
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Simón recordou que o caso Sampedro "foi sempre um grande instrumento a favor da eutanásia". "Trata-se de um caso muito extremo e daí não se podem tirar conclusões para fazer leis gerais", adicionou.
Mais reações
A porta-voz da Associação de Estudos Bioéticos, Isabel Viladomiu, também criticou o filme ao considerar que "converte” Ramón Sampedro em "um mártir da eutanásia".
Também em declarações à Europa Press, indicou que 'Mar Adentro' é a narração de uma história real que “foi manipulada” para a promoção de entidades a favor da eutanásia.
Para Viladomiu, com 'Mar Adentro' "revolve-se" de novo o debate da eutanásia, um ato que, segundo a associação, "não é uma solução ao sofrimento".
Além disso, advertiu de que com a legalização do processo de eutanásia se produzirá o que denominou "a gota d'água, tal e como ocorreu com o aborto, que de sete casos em 1985 passamos a 70 mil no ano 2004".